Apresentação do livro "Arte Humana", de Fernando Esteves Pinto, na Biblioteca Municipal António Ramos Rosa.
Grupo de Teatro local criado em 2006 a funcionar como núcleo especializado na Associação Cultural Música XXI. Tem um núcleo de actores fixo e trabalha amiúde com estagiários de cursos de teatro a funcionar em escolas do concelho de Faro.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
sábado, 4 de janeiro de 2020
Laurinda Não foi à Guerra
Tantas ausências e tantas vidas!
Filhos, irmãos, namorados, companheiros, maridos... e ficaram as
mulheres a entretecer a longa labuta dos dias de espera e de
sofrimento, a espera e o sofrimento de quem não foi à guerra.
Quem vai sofre mas quem fica, sofre também...![]() |
Ana Isabel Baptista e Catarina Silva |
Dizer os poetas árabes Hoje
![]() |
Gonçalo Pescada, Ana Oliveira e António Gambóias |
Eu
quero ser
Sou
um intruso,
Um
intruso na literatura.
Um
intruso na linguagem, no amor, na cor, no perfume e na música...
Um
intruso para a plenitude da vida.
Estou
a regressar de uma ausência profunda para uma melancolia na qual não quero
acreditar.
Sou
transportado por ondas de nostalgia...
Uma
gaivota guia-me para algumas das minhas memórias, depois voa...
Desaparece...
Uma
onda de desespero lança-me para um porto distante.
Esfrego
o sal dos meus olhos tentando acreditar que estou aqui suspirando sozinho na
rocha do exílio...
Esculpi
um pouco da minha ironia...
Amaldiçoo
o chão por um tempo, e resolvo partir...
Abro
o meu coração aos meus falsos sonhos...
Tento,
como um idiota, apanhar um pouco de ar...
Pareço
um ladrão aos olhos de estranhos enquanto recupero da minha vida sequestrada...
Pareço-lhes
um criminoso, enquanto grito ao vento:
Eu
quero ser!
Zakariia Sabbagh
Evocando a nova poesia árabe
O CÂNTICO DA MULHER
De lado,
Tinhas o rosto de um
homem idoso
Que, assaltado por
dias de mágoa,
Me trouxe o seu
frasquinho esverdeado
E pedia que tomasse
a última refeição.
Esse frasquinho é
uma enseada,
O casamento de um
barco com uma enseada
Nos dias em que as
praias se afundam
E as gaivotas
encontram os rostos
E o capitão
pressente o seu futuro.
Ele veio cheio de
fome até mim, eu dei-lhe o meu amor
Como um pão, como
uma bilha, como um leito
E abri as portas ao
vento e ao sol
E partilhei com ele
a última refeição.
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Ana Oliveira, António Gambóias e Rui Afonso |
O CÂNTICO DO HOMEM
De lado
Vi o teu rosto
pintado no tronco da palmeira
O sol negro nas tuas
mãos
Então montei a minha
saudade da palmeira
Trazia a noite num
cesto, trazia a cidade às costas
E polvilhei-me à
volta dos teus olhos, estudei
O meu rosto
E vi o teu rosto,
havia nele a fome de uma criança
E esconjurei-o com
fórmulas mágicas
E polvilhei- o com
jasmim
![]() |
Gonçalo Pescada, Ana Oliveira e António Gambóias |
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