Este é um espetáculo apela não só à memória, mas também à reflexão sobre a nossa responsabilidade
para manter o espírito democrático. A partir do encontro inesperado, 28 anos após o 25 de abril de 74,
entre uma mulher que foi presa e torturada aos 19 anos, e o seu torturador, tocam-se nas feridas e
abrem-se novos caminhos para a discussão. Há revelações, há relatos. De que modo uma ditadura
condiciona a vida dos seus cidadãos? Passadas as ilusões da “primavera marcelista”, gente comum,
mas profundamente empenhada, continuou a enfrentar a
fúria de um regime torcionário.
Estes relatos impressivos de coragem no sofrimento podem parecer-nos estranhos à distância dos
tempos, mas relembram-nos que uma consciência informada nos permite resistir, que as nossas
pequenas vitórias nos conduzem a outro caminho e a um desfecho mais justo.
Cinquenta anos volvidos sobre a revolução de Abril, e quando atravessamos tempos tão
conturbados, é chegado o momento crítico de nos questionarmos:
que
revolução não aconteceu na revolução?
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