Meu amor,
Beatriz Andrade e Francisco |
Sonho que acordo ao teu lado.
Vejo que estou nos teus braços e percebo que te pertenço. É um sentimento de
pertença diferente porque quanto mais me sinto tua, mais livre me torno.
E é
tão boa essa sensação de liberdade! O sonho ganha contornos reais e sinto-me
aninhar-me ainda mais naquele corpo gémeo do meu e começo, devagarinho, a
desenhar com a língua o mapa das minhas emoções. Explorando poro a poro esse
corpo gémeo, vou inscrevendo o nome do que sentia quando passava por cada
pedaço de pele.
Começo pela nuca, que chupo devagarinho, com uma ternura
contida. Passo para os ombros, que mordisco deleitando-me naquele prazer de
omoplatas masculinas. Desço pelas costas, sonhando com a vastidão das praias,
com a areia onde enterro devagarinho os pés, com a imensidão dos campos
floridos, passeando por elas os meus cabelos.
Os braços foram medidos
centímetro a centímetro pelas pontas dos meus dedos, ficando neles uma sensação
de violeta colorida. Gentis colinas que abrem o seu desejo à vida. As pernas
foram percorridas pelos meus pés, que as acariciaram com carinho, descobrindo
todos os contornos sensuais que se me ofereciam.
Depois deitei-me ao teu lado, olhando-te nos olhos como se fosse a
primeira vez que te via. Queria descobrir toda a surpresa do teu rosto.
Beijei-te devagarinho como se te quisesse redescobrir a face,
moldando-te ao sabor da minha boca. Tu sorriste e eu quis morrer naquele
instante, feliz, levando aquele sorriso para sempre.
Amo-te muito, meu amor. Tua, para
sempre tua... Fico à espera… na volta do correio.
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