«A
euforia dos primeiros governantes, a sucessão absurda de governos, a entrada na
1ª Guerra Mundial, as greves gerais, constitui por si só matéria mais que
suficiente para começar um pequeno esboço da vida dos portugueses nessa época»,
considerou a criadora da peça, num comunicado.
«Detive-me
na figura de Sidónio Pais porque este governante, para além de ter sido o único
presidente a ser assassinado na sua função de chefe de Estado, surgiu como o
símbolo da estabilidade que a nação tanto ansiava depois das convulsões
governativas após a queda da monarquia. O homem que irrompe pela República a
cavalo, cai aos seus pés abatido com dois tiros», continuou.
«Do lado da Verdade» faz um exercício em torno de algumas questões que envolvem
este assassinato, desde logo porque razão aconteceu. «Se este estadista deu à
nação aquilo por que ela ansiava, então por que razão foi ele abatido? A
resposta poderia estar na vida do homem que o matou, José Júlio da Costa»,
disse Ana Cristina Oliveira.
«A partir
da projecção da vida e do discurso entre o alienado e o coerente, do que é
possível vislumbrar no homem que foi José Júlio da Costa, pretendi levantar um
pouco o véu e revisitar a realidade de Portugal nas duas primeiras décadas do
século XX, sendo essa realidade construída e comentada pelo director de um
jornal vinte anos depois, já em plena ascensão do Estado Novo», conclui a
autora e encenadora da peça.
A peça
conta com as interpretações de António Gambóias e de Henrique Prudêncio, que é
também o responsável pela concepção de vídeo da peça.
Há tanto tempo! Que saudades do José Júlio e daquele texto! Assustadoramente, ainda muito actual...
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