terça-feira, 5 de julho de 2016

Centenário da I República - Do Lado da Verdade

António Gambóias e Henrique Prudêncio
Do Lado da Verdade

O texto de Ana Cristina Oliveira, explora um dos «vários incidentes» que marcaram esta época da história de Portugal, apesar de a autora admitir que «escolher um deles para o eleger como paradigmático daquela época de convulsões tornou-se uma tarefa difícil e arriscada».
«A euforia dos primeiros governantes, a sucessão absurda de governos, a entrada na 1ª Guerra Mundial, as greves gerais, constitui por si só matéria mais que suficiente para começar um pequeno esboço da vida dos portugueses nessa época», considerou a criadora da peça, num comunicado.
«Detive-me na figura de Sidónio Pais porque este governante, para além de ter sido o único presidente a ser assassinado na sua função de chefe de Estado, surgiu como o símbolo da estabilidade que a nação tanto ansiava depois das convulsões governativas após a queda da monarquia. O homem que irrompe pela República a cavalo, cai aos seus pés abatido com dois tiros», continuou.

«Do lado da Verdade» faz um exercício em torno de algumas questões que envolvem este assassinato, desde logo porque razão aconteceu. «Se este estadista deu à nação aquilo por que ela ansiava, então por que razão foi ele abatido? A resposta poderia estar na vida do homem que o matou, José Júlio da Costa», disse Ana Cristina Oliveira.
«A partir da projecção da vida e do discurso entre o alienado e o coerente, do que é possível vislumbrar no homem que foi José Júlio da Costa, pretendi levantar um pouco o véu e revisitar a realidade de Portugal nas duas primeiras décadas do século XX, sendo essa realidade construída e comentada pelo director de um jornal vinte anos depois, já em plena ascensão do Estado Novo», conclui a autora e encenadora da peça.


A peça conta com as interpretações de António Gambóias e de Henrique Prudêncio, que é também o responsável pela concepção de vídeo da peça.

1 comentário:

  1. Há tanto tempo! Que saudades do José Júlio e daquele texto! Assustadoramente, ainda muito actual...

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